Multiplicação dos pães Mc 6, 34-44 - 06/01/2009

por Dom Fernando

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A multidão seguia Jesus, fome de Deus? Certamente. E Jesus contemplando toda aquela gente tem compaixão dela e percebendo que não tinha o que comer pergunta a Felipe: “Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?” Ele bem sabia, diz o Evangelho, o que havia de fazer. Àquela multidão de cinco mil pessoas, Ele vai manifestar a grande generosidade e ternura de Deus. Os Apóstolos e todos irão constatar que quando Deus dá, Ele dá com abundância, mais mesmo do que necessitamos.

Jesus pede sim a fé e Ele então toma o que se tem e o multiplica em benefício de muitos outros. Ele dá aos Apóstolos para que eles dêem à multidão. A Tradição cristã verá neste fato o sinal da função dos Apóstolos e seus sucessores que consiste em explicar as Escrituras como um pão rompido, para alimentar os fiéis. Assim a Palavra de Deus se multiplica, oferecendo a todos os povos um alimento superabundante, como nos falam S. Ambrósio e S. Agostinho.

Jesus toma o pão e rende graças, olhando para os céus, “para dar glória Àquele, escreve s. Hilário (367), de quem Ele procedia: não que lhe fosse necessário olhar o Pai com seus olhos de carne, mas para que a multidão compreendesse de quem provinha tal poder”. Já no Êxodo Deus tinha alimentado o povo judeu no deserto, enviando o maná do céu. Este era sombra do verdadeiro pão celestial que Jesus ofereceria aos seus seguidores. Neste relato evangélico, quando o Senhor toma os pães, rende ação de graças, parte-os e os distribui através de seus Apóstolos, Ele anuncia a infinita generosidade do único pão da Ceia do Senhor ou da Eucaristia. À pergunta que fizemos no início, encontra agora sua verdadeira resposta, com o próprio Jesus: Ele é o verdadeiro pão do céu, o único capaz de satisfazer a “Senhor Jesus Cristo, penetrai no mais profundo de nossos corações e saciai-nos com a flor do trigo e com mel do rochedo da vossa Palavra e do vosso amor”.