Este texto é bastante evocativo, pela tríplice oposição entre tempestade e grande calmaria, barco em perigo e o sono de Jesus, medo dos Apóstolos, marinheiros de profissão, e a intrepidez do Mestre, de pé, face ao vento e ao mar. "Não há temor no amor; mas o perfeito amor lança fora o temor" (1Jo 4,18). O livro da Sabedoria nos fala que "o amor é mais forte do que a morte". Os discípulos temem mesmo tendo no meio deles, na barca, o seu Mestre. A presença sonolenta de Jesus revela a fé sonolenta de seus discípulos. Na Bíblia apaziguar o mar é obra divina. Mas aqui de modo especial, à diferença do salmista ou de Jonas, Jesus não invoca Deus, mas age por ele mesmo, suscitando a questão dos Apóstolos: "Quem é este?" Para fazer tais obras é necessário que Ele seja Deus. S.Jerônimo (420) considera que "em Jonas encontramos uma figura deste milagre: quando todos estão em perigo, só ele está em segurança e dorme e o acordam. Por sua palavra e pelo sacramento de sua Paixão, o Cristo liberta os que o despertam". Lembremo-nos também da aplicação que se faz deste milagre à Igreja. Jesus um dia atravessará as águas da morte e a Igreja também, com toda confiança, irá atravessá-las, com Ele, como os discípulos o fizeram naquele dia. O sono do Mestre significa de modo exemplar a confiança que o homem deve colocar em Deus. Portanto, Jesus dormindo convida os discípulos, através de seu silêncio, a crerem na presença dAquele que tudo pode. "Senhor, que eu sempre possa reconhecer vossa presença em minha vida. Nos momentos de dúvida e de medo possa eu encontrar em vós coragem e força para enfrentá-los. Ajudai-me a confiar em vós e buscar vosso auxílio na adversidade e nas tentações". |
sábado, 31 de janeiro de 2009
Tempestade acalmada - 31/01/2009
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